TEMA 2:
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO ONLINE
Segue-se a atividade desenvolvida no âmbito deste tema, disponibilizando-se o infográfico construído por cada grupo e uma reflexão e autoavaliação.
I- INTRODUÇÃO GERAL
A avaliação assume um papel central e é um elemento-chave da educação online, funciona como um guia tanto para quem ensina quanto para quem aprende, servindo para orientar o processo de aprendizagem, incentivar o envolvimento ativo e garantir que os objetivos são alcançados de forma consistente. No contexto digital, é uma ferramenta vital para acompanhar o percurso e promover feedback formativo oportuno.
Neste blogue, apresento uma visão da análise ao livro Assessment Strategies for Online Learning (Conrad & Openo, 2019), explorando como cada capítulo contribui para práticas avaliativas eficazes no e-learning. Em especial, dedico uma atenção mais aprofundada ao Capítulo 4 que aborda a avaliação autêntica através de dimensões, fundamentos teóricos e estratégias práticas.
Do panorama geral dos temas à aplicação concreta das ideias, este espaço apresenta uma progressão lógica e coerente:- Resumo por capítulo: para melhor compreensão do arco dos conteúdos, com partilha do respetivo infográfico
- Análise detalhada do Capítulo 4 e seu infográfico.
- Reflexão e Autoavaliação individual
Este é um convite à reflexão e à ação, com informação estruturada, recursos visuais e ideias que ajudam a pensar e a aplicar uma avaliação que faça sentido no ensino online.
II- RESUMO POR CAPÍTULO
Livro
CAPÍTULO 1
The Big Picture: A Framework for Assessment in Online Learning
Visão Geral: Uma Estrutura para a Avaliação na Aprendizagem Online
No início do livro, os autores distinguem de forma clara a avaliação formativa (ou assessment for learning), orientada para dar feedback e melhorar o percurso dos alunos, da avaliação sumativa (ou assessment of learning), que foca nos resultados finais e na certificação. Defendem que, embora ambas sejam importantes, o ambiente online exige modalidades mais flexíveis e dinâmicas do que os testes tradicionais.
O capítulo destaca a necessidade de reformular as práticas avaliativas no ensino digital, aproveitando os recursos tecnológicos para incluir interações, personalização e evidências variadas. Apresentam uma matriz que cruza funções de avaliação (formativa, sumativa, transformativa) com teorias de aprendizagem (associacionismo, cognitivismo, construtivismo, sociocultural) para guiar a escolha de estratégias mais eficazes no e‑learning .
Para fundamentar esta perspetiva, recorrem a referências clássicas do ensino a distância e educação de adultos (como Keegan, Moore, Holmberg, Knowles), mostrando como conceitos como autodireção e interação permanecem relevantes, mas precisam de ser adaptados a contextos online.
Por fim, concluem que o ambiente digital oferece oportunidades únicas para desenvolver avaliações autênticas: multimodais, reflexivas e alinhadas com o envolvimento do aluno. Encorajam o recurso a abordagens construtivistas e formativas, reforçadas pelas potencialidades do e‑learning .
Este capítulo estabelece os fundamentos teóricos e práticos para todo o livro: mostra por que a avaliação online deve ir além de exames, exige uma visão integrada entre objetivos, teorias e formatos, e prepara o terreno para os temas seguintes, sino a distância (Keegan, Moore, Knowles etc.).
CAPÍTULO 2
Principles of Adult Education in Online Learning and Assessment
A Contribuição dos Princípios da Educação de Adultos para a Aprendizagem e a Avaliação Online
O capítulo inicia com as raízes históricas da educação de adultos, dos lyceums do século XIX ao movimento Chautauqua e extensões agrícolas, ilustrando como o ensino para adultos sempre valorizou a autonomia, relevância prática e aprendizagem experiencial. Apresenta os seis princípios da andragogia de Malcolm Knowles: a necessidade de saber porque se aprende; a valorização da experiência prévia dos alunos; o desenvolvimento de autonomia; a prontidão para aprender em função dos papéis adultos; a orientação para a resolução de problemas; e a motivação intrínseca.
Ao aplicar esses princípios ao ensino online, o capítulo realça que os ambientes digitais favorecem o autodirecionamento, a personalização da aprendizagem e a reconhecimento da experiência dos adultos. Ferramentas como portfólios digitais, discussões entre pares e design instrucional situacional são apresentadas como exemplificações práticas desses princípios.
São também exploradas estratégias pedagógicas eficazes no e‑learning: aprendizagem baseada em problemas, design voltado para aplicação prática, auto-reflexão e participação ativa em comunidades virtuais, todas derivadas diretamente das premissas de Knowles.
A relevância deste capítulo é clara: ele estabelece a base teórica que justifica práticas avaliativas significativas no e‑learning. Enfatiza como conceber tarefas com autenticidade, contexto real e autonomia favorece uma aprendizagem mais profunda, centrada no aluno adulto e alinhada com suas motivações.
🔗Link - Infográfico do capítulo 2 elaborado por Andréa Veiga | Magna Lourenço
CAPÍTULO 3
Beliefs about Teaching and Learning in Oline Assessment
Em que Você Acredita? A Importância das Crenças sobre o Ensino e Aprendizagem na Avaliação Online
Este Capítulo analisa como diferentes correntes filosóficas, do liberalismo e behaviorismo, onde o foco está no aluno ou no comportamento observável, até ao construtivismo e conectivismo, que valorizam a construção ativa do conhecimento e as redes tecnológicas, influenciam profundamente as práticas de avaliação no contexto online. Estas crenças moldam decisões sobre o quê, quando e como avaliar, levando a métodos que vão desde testes objetivos até tarefas colaborativas, reflexivas e enredadas em redes de aprendizagem.
Além disso, destaca-se o modelo Comunidade de Inquirição (CoI) de Garrison, Anderson e Archer, que apresenta as presenças social, cognitiva e de ensino como pilares de um ambiente online rico em diálogo, investigação conjunta e pensamento crítico, elementos essenciais para avaliações mais profundas e significativas. A abordagem destaca que, num contexto de crenças construtivistas e conectivistas, a avaliação evolui de mero controlo de resultados para um processo integrador que promove comunidade, reflexão e aprendizagem significativa.
A importância deste capítulo reside em mostrar que, para desenhar avaliações online eficazes, é essencial compreender e alinhar as filosofias educativas subjacentes. Ao reconhecer como crenças como autodireção e aprendizagem em rede moldam práticas avaliativas, o capítulo oferece uma base crítica para decidir quais estratégias (como feedback dialogal, avaliação por pares, portfólios ou debates modulares) são mais adequadas para contextos específicos.
🔗Link - Infográfico do capítulo 3 elaborado por Rafael Vieira
CAPÍTULO 4
Authenticity and Engagement: The Question of Quality in Assessment
Autenticidade e Engajamento: A Questão da Qualidade na Avaliação
O capítulo define avaliação autêntica como uma abordagem holística que envolve tarefas reais, complexas e contextualizadas, exigindo das pessoas competências de ordem superior, tal como aconteceria em situações profissionais reais. Os autores referem o conceito de autenticidade não como binário, mas como um continuum, e aplicam o quadro de cinco dimensões de Gulikers, Bastiaens e Kirschner (2004) para descrever em que medida cada componente da avaliação se alinha com situações reais de atuação. Essas quatro primeiras dimensões são:
- Tarefa: deve espelhar tarefas profissionais, integrando conhecimento, habilidades e atitudes.
- Contexto físico: reproduzir fielmente o ambiente real onde essas tarefas se realizam.
- Contexto social: incluir interações semelhantes às do mundo profissional (colaboração ou trabalho individual, conforme o caso).
- Forma/resultado: exigir produtos ou desempenhos complexos, diversificados e passíveis de defesa/publicação.
- Critérios: basear-se em critérios realistas, transparentes e alinhados com padrões de prática profissional.
O capítulo também aborda os fundamentos teóricos que justificam essa abordagem:
- Construtivismo: aprende-se construindo conhecimento ativo em contextos significativos.
- Socioconstrutivismo: o conhecimento emerge da interação social.
- Comunidade de Inquirição (CoI): combina presença cognitiva, social e de ensino, criando ambientes online propícios ao pensamento crítico e à investigação colaborativa.
Nas estratégias práticas, destacam-se recursos como:
- E-portfólios, diários reflexivos e mapas semânticos – para documentar e refletir o trajeto de aprendizagem.
- Avaliação por pares e projetos colaborativos – para promover colaboração, crítica construtiva e construção coletiva.
- Rubricas e critérios claros – para garantir transparência, justiça e alinhamento aos resultados de aprendizagem .
Este capítulo é central porque oferece uma estrutura teórica e prática poderosa para desenhar avaliações online que sejam significativas, engajadoras e alinhadas com o mundo real. Ele liga diretamente o compromisso teórico ao uso de métodos avaliativos autênticos que promovem aprendizagem ativa, crítica e relevante.
Como capítulo analisado e apresentado em infográfico pelo meu grupo, apresenta-se mais à frente o infográfico "desconstruído" e explicado.
🔗Link - Infográfico do capítulo 4 elaborado por Maria Silva | Marília Lopes | Pâmella Santos
CAPÍTULO 5
Authenticity and Engagement: The Question of Quality in Assessment
Avaliação Utilizando Portfólios Eletrônicos, Diários, Projetos e Trabalhos de Grupo
O capítulo apresenta uma seleção criteriosa de instrumentos eficazes para a avaliação autêntica no contexto online, destacando a sua capacidade de documentar trajetos de aprendizagem e promover a autorreflexão. Os principais recursos incluem:
- E‑portfólios digitais: uma coleção multimodal de trabalhos, evidências e reflexões. Funcionam como recurso para documentar o crescimento do aluno ao longo do tempo e para revisitar aprendizagens significativas. Promovem a reflexão crítica e registre competências adquiridas, aproveitando, quando apropriado, o reconhecimento de aprendizagens prévias (RPL).
- Diários de aprendizagem/reflexivos: facilitam o desenvolvimento da metacognição, pois os alunos analisam o seu próprio pensamento e aprendizagem, tornando visível a evolução das suas competências.
- Projetos e trabalhos de grupo: incentivam a colaboração, a resolução conjunta de problemas abertos, e encarnam o espírito da avaliação autêntica. A revisão por pares, em particular, fomenta a crítica construtiva e o pensamento reflexivo, sem sobrecarregar o docente .
O capítulo reforça que estes instrumentos são adequados ao ensino online porque:
- Documentam o percurso de aprendizagem, tornando visível o desenvolvimento individual.
- Valorizam a autoavaliação e reflexão, processos essenciais para a autonomia do aluno.
- Promovem interação e feedback entre pares, fortalecendo a comunidade de aprendizagem e gerando economias escaláveis para o docente.
- Produzem entregas complexas e autênticas, alinhadas com tarefas do mundo profissional.
Essas formas de avaliação estão intrinsecamente ligadas à autenticidade, pois sustentam-se nas cinco dimensões de Gulikers et al. (2004), criando cenários de aprendizagem mais próximos da realidade. Além disso, reforçam a presença cognitiva, social e de ensino (CoI) ao encorajar diálogo, reflexão e partilha.
🔗Link - Infográfico do capítulo 5 elaborado por Isabela Castellani | Marta Gingeira
CAPÍTULO 6
Alternative Assessments, Flexible Learning, Badges and Accreditation
A Era do "Aberto": Avaliações Alternativas, Aprendizagem Flexível, Badges e Acreditação
Os autores exploram as novas abordagens abertas na educação online, com foco em três temas principais: MOOCs, badges digitais e Recursos Educacionais Abertos (OER).
MOOCs (Massive Open Online Courses) são apresentados como cursos online acessíveis e escaláveis, capazes de ampliar significativamente o acesso ao ensino. O capítulo examina os desafios na avaliação em ambientes MOOC, destacando que a avaliação automática e por pares pode apoiar a aprendizagem formativa, apesar dos problemas de qualidade nas interações
Badges digitais representam credenciais flexíveis que validam competências específicas de forma portátil. A discussão destaca como os open badges (padronizados por Mozilla/IMS Global) permitem registar evidências e aumentar a motivação individual, em linha com abordagens centradas na aprendizagem ao longo da vida .
Recursos Educacionais Abertos (REA), como manuais, módulos e avaliações, surgem como ferramentas para democratizar o acesso à aprendizagem, possibilitando reutilização e adaptação sob licenças abertas (Creative Commons).
O capítulo 6 aprofunda o que designa por “era da abertura” na educação online, analisando abordagens como MOOCs, badges e OER (Open Educational Resources). Destaca as vantagens desses modelos, maior acesso, colaboração global e inovação pedagógica, mas também os desafios relacionados com garantia de qualidade e sustentabilidade. Os autores reforçam a importância das credenciais flexíveis (como badges) e de metodologias de avaliação autêntica em ambientes abertos, por promoverem inclusão, autonomia do aprendiz e correspondência com as exigências da sociedade contemporânea.
Este capítulo é fulcral para entender como a educação aberta está a redefinir a avaliação na era digital. Ao explorar MOOCs, badges e recursos educativos abertos, evidencia-se o valor de práticas avaliativas autênticas, adaptáveis e transparentes. Estas soluções tornam o e‑learning mais acessível, significativo e alinhado com as competências exigidas pelo mercado de trabalho e pela sociedade .
🔗Link - Infográfico do capítulo 6 elaborado por Djamila Baroni | Eliana Magalhães
CAPÍTULO 7
Planning Assessment and Evaluation-Authentically
Planejando uma Estratégia de Avaliação Autenticamente
O capítulo apresenta o modelo de backward design (Planeamento de trás para a frente) especificamente adaptado à avaliação autêntica.
Primeiro, são definidos os resultados de aprendizagem: estabelecendo claramente o que os alunos devem saber e ser capazes de fazer no final do percurso.
Depois, projetam-se atividades de avaliação autênticas e contextualizadas, baseadas nesses objetivos e inspiradas em situações reais de prática.
Por último, criam-se critérios de avaliação transparentes, geralmente na forma de rubricas, que asseguram coerência entre filosofia, ensino, aprendizagem e avaliação.
Esta abordagem é sólida do ponto de vista pedagógico, pois:- Facilita a compreensão do processo por parte dos alunos, sabem desde o início o caminho que devem percorrer;
- Sustenta-se nos princípios construtivistas, valorizando a aprendizagem ligada à experiência, e conectivistas, que promovem o pensamento em rede e a partilha;
- Permite inserir momentos de feedback formativo ao longo do percurso, tornando a avaliação mais reflexiva, contínua e ajustada.
Em suma, o modelo adota uma hierarquia lógica clara (resultados → tarefas autênticas → critérios), com atividades que simulam cenários reais. Esta estrutura facilita e reforça a clareza, a motivação, a eficácia e a importância do processo de avaliação desenhado com intencionalidade pedagógica para contextos educativos digitais.
CAPÍTULO 8
Flexible, Flipped and Blended: Technology and Assessment
Flexível, Invertida e Híbrida: Tecnologias e Novas Possibilidades na Aprendizagem e na Avaliação
O capítulo 8 aprofunda e explora modelos educativos de aprendizagem híbrida, invertida e flexível, realçando o impacto das tecnologias digitais como blogs, wikis, vídeos e clickers na avaliação formativa e personalizada.
- A Aprendizagem Híbrida (Blended Learning) combina o melhor das experiências presenciais e online para criar contextos educativos mais completos, enriquecidos e eficazes.
- A Aprendizagem Flexível coloca o aluno no centro, ao permitir escolhas que se adaptam ao seu contexto, possibilitando a escolha do ritmo, lugar e modo de estudar, adaptando-se melhor às suas realidades.
- O modelo sala de aula invertida (Flipped Learning) transfere a aquisição de conteúdos fora da aula, reservando o tempo presencial para atividades práticas e interativas que reforçam a compreensão.
- A Aprendizagem Interativa integra tecnologias e metodologias digitais presenciais que promovem e estimulam colaboração, participação ativa e a construção coletiva, superando os limites do ensino tradicional.
- Os Media são valorizados como ferramentas que estimulam a construção coletiva do conhecimento, a participação e o desenvolvimento de competências digitais.
O capítulo destaca que essas abordagens e tecnologias permitem desenvolver avaliações mais autênticas, centradas no aluno e alinhadas com competências do mundo real.
Além disso, sublinha a importância de um planeamento pedagógico bem estruturado e de uma compreensão das necessidades dos alunos e das ferramentas disponibilizadas. Os autores argumentam que, quando aplicadas com intencionalidade e reflexão, estas estratégias podem aumentar o envolvimento estudantil, melhorar os resultados de aprendizagem e preparar os alunos para os desafios do século XXI.🔗Link - Infográfico do capítulo 8 elaborado por Célia Ferreira | Pedro Vasconcelos
CAPÍTULO 9
A Few Words on Self-Assessment
Algumas Palavras sobre a Autoavaliação
Este capítulo destaca a autoavaliação como uma poderosa ferramenta formativa, capaz de fomentar a metacognição, a reflexão crítica e uma aprendizagem mais profunda. Os autores defendem que, ao avaliar o seu próprio trabalho, o estudante passa a, conscientemente, monitorizar e regular o seu processo de aprendizagem, o que é essencial para se tornar um aprendiz autónomo .
São ainda mencionadas metodologias como portfólios reflexivos, peer-assessment e diários de aprendizagem, que reforçam a prática reflexiva e o pensamento estratégico, características centrais da autoavaliação eficaz . Contudo, os autores alertam que esta abordagem exige orientação/apoio adequado por parte dos docentes, definindo critérios claros e fornecendo feedback construtivo.
Em suma, o capítulo sublinha que a autoavaliação, quando bem implementada, promove envolvimento, autonomia e aprendizagem profunda. Mas, só atinge o seu máximo efeito, se os alunos forem guiados e apoiados ao longo do processo.
🔗Link - Infográfico do capítulo 9 elaborado por Eduardo Santos | João Silva | Maria Videira
CAPÍTULO 10
Concluindo
O último capítulo reforça que o e‑learning continuará a crescer exponencialmente, exigindo métodos de avaliação que acompanhem essa evolução. Defende a adoção de abordagens construtivistas, autênticas e diversificadas, para ir além dos testes tradicionais e responder às novas realidades da educação a distância.
São evidenciadas estratégias como portfólios digitais, trabalho por projetos, avaliação por pares e feedback reflexivo, valorizadas por permitir ao aluno demonstrar competências reais de maneira contextualizada. Estes instrumentos promovem autonomia, pensamento crítico e aprendizagem centrada na prática.
Além disso, o capítulo sublinha a importância de critério, transparência e alinhamento com os objetivos de aprendizagem, garantindo que as avaliações sejam não só formativas, mas também relevantes e significativas. Este desfecho mostra que a avaliação no e‑learning deve ser vista como uma escolha pedagógica estratégica, que amplia o potencial da aprendizagem online e dá voz ao aprendiz na construção do seu conhecimento.
🔗Link 1 - Infográfico do capítulo 10 elaborado por Eduardo Santos | João Silva | Maria Videira
🔗Link 2 - Infográfico do capítulo 10 elaborado por Eduardo Santos | João Silva | Maria Videira (pdf)
III- ANÁLISE DO CAPÍTULO 4 PELAS SECÇÕES DO INFOGRÁFICO
(Baseado no trabalho do meu grupo - Maria Silva 2402948| Marília Lopes 2402973 | Pâmella Santos 2402950)
Este infográfico centra-se em Avaliação Autêntica, tema principal do Capítulo 4: “Autenticidade e Engajamento: a questão da qualidade na avaliação”, de Conrad & Openo (2019).
Este primeiro trecho do infográfico responde à pergunta “O que é avaliação autêntica?” com uma definição clara e simples:
“Avaliações autênticas são baseadas na relevância para o mundo real. Incluem atividades que se aproximam de tarefas realizadas por profissionais no mundo real.” (Herrington, Oliver & Reeves, 2006, citado em Conrad & Openo, 2019, p. 93)
A frase sintetiza o que caracteriza a avaliação autêntica: relevância profissional e vinculação direta ao mundo real, reforçando que os alunos não estão apenas a resolver exercícios teóricos, mas a desempenhar tarefas semelhantes às do contexto laboral. Assinalamos aqui dois elementos fundamentais:
Relevância profissional e vínculo com o mundo real
Atividades não são tarefas isoladas, mas sim tarefas que mimetizam contextos profissionais — permitindo que os alunos operem “como fariam no mundo real”.
Superação da avaliação puramente teórica
Em vez de memorizar conceitos, os estudantes implementam soluções contextualizadas, lidam com situações complexas, definem subtarefas e tomam decisões significativas — características típicas de avaliações autênticas.
O excerto supra do infográfico traduz-nos os "Benefícios da Avaliação Autêntica", vistos por três perspetivas:
Do aluno
Promove uma aprendizagem transformadora, incentivando a participação ativa em tarefas realistas que reforçam o pensamento crítico, a colaboração, a autonomia e competências essenciais como as digitais, interpessoais e profissionais. Esse impacto é suportado por investigações que associam a avaliação autêntica ao aumento da motivação, envolvimento com o conteúdo e desenvolvimento de habilidades transferíveis .
Do docente
Proporciona evidências contextualizadas sobre o progresso dos alunos, permitindo tomar decisões pedagógicas mais informadas e alinhadas com os objetivos educacionais. Isso facilita um feedback mais reflexivo e promove práticas educativas criativas e adaptadas às necessidades reais .
Da instituição
Oferece prova credível do cumprimento dos objetivos de aprendizagem, reforçando a coerência pedagógica entre currículos, ensino e avaliação, bem como atendendo a requisitos de prestação de contas e promoção da melhoria contínua
Esta imagem destina-se às Atividades Autênticas no E‑learning.
As atividades autênticas reproduzem tarefas realmente executadas no mundo profissional e envolvem desafios complexos, que se desdobram em várias subtarefas ao longo do tempo. As suas principais características são:
Complexidade sustentável: exigem investigação prolongada, durante dias ou semanas, em vez de respostas imediatas.
Definição própria das tarefas: o aluno identifica os objetivos e passos necessários para completar a atividade.
Múltiplas perspetivas e recursos: incentivam a análise crítica a partir de diferentes ângulos, exigindo seleção de informação relevante.
Colaboração e reflexão: promovem trabalho em grupo e exigem espaço para pensar sobre o processo e resultados.
Transdisciplinaridade: integram várias áreas do saber, levando a resultados que ultrapassam domínios específicos.
Avaliação integrada: a avaliação está entrelaçada com a atividade, refletindo situações reais.
Produtos com propósito: os resultados são finais e têm valor por si mesmos, não apenas como etapas de um processo.
Soluções diversas e criativas: incentivam respostas originais em vez de uma resposta única pré-determinada.
Estas características permitem que os cursos online se aproximem da realidade, desenvolvendo habilidades completas — pensamento crítico, comunicação, capacidade de investigar, selecionar recursos e trabalhar em equipa. Além disso, promovem uma avaliação integrada com feedback contextualizado, que valoriza tanto o produto final como o processo desenvolvido.
Este bloco do infográfico aborda os seguintes Fundamentos Teóricos:
Construtivismo
Avaliar deve ser um convite a desafios significativos, que estimulem a construção ativa do conhecimento com base nas experiências pessoais de cada aluno — não apenas reproduzir ideias, mas criar sentido através da ação.
Socioconstrutivismo
A aprendizagem surge em contextos sociais; por isso, a avaliação deve promover diálogo e colaboração. Partilhar ideias entre pares e construir conhecimento em conjunto torna o processo mais rico e dinâmico.
Comunidade de Inquirição (CoI)
Neste modelo (Vaughan, Garrison e Cleveland-Innes, 2013), a avaliação integra o design pedagógico e a presença do ensino, alinhando dimensões sociais e cognitivas. Isso fortalece o sentido do aprender como parte de uma comunidade ativa e interativa.
Neste recorte do infográfico abordam-se as Ferramentas de Suporte à Avaliação Autêntica
Objetivos de Aprendizagem
Definem claramente as competências a adquirir, orientando o ensino e a avaliação: sem eles, tanto professores como alunos podem sentir-se perdidos quanto ao que se espera alcançar.
Rubricas
Transformam critérios opacos em parâmetros claros de avaliação. Quando co‑construídas com os alunos, promovem transparência, compromisso e envolvimento ativo no processo avaliativo.
Feedback
Deve ser explicativo, confirmatório, claro, detalhado, oportuno e construtivo. É através do feedback que os alunos podem comparar o seu desempenho com os padrões estabelecidos e agir para melhorar.
Condições para a Efetividade
Para que o feedback seja útil, o aluno precisa conhecer os padrões, compará-los com o seu desempenho e usar essa comparação para desenvolver-se.
Como Exemplos de Estratégias assinalam-se:
Avaliação por pares: incentiva o pensamento crítico quando os alunos avaliam os trabalhos uns dos outros e aprendem a aceitar feedback.
Portfólios: documentam a aprendizagem ao longo do tempo, promovendo autorreflexão e melhoria contínua.
Este conjunto de ferramentas apoia tanto os alunos – tornando-os participantes ativos na avaliação, como os docentes, ao oferecer meios claros e significativos de guiar e monitorizar o processo de ensino e aprendizagem.
Este último trecho do infográfico refere-se às Cinco Dimensões da Avaliação Autêntica:
Atividade a desenvolver
As tarefas propostas devem refletir situações reais da vida profissional ou pessoal, permitindo ao aluno desempenhar papéis e criar produtos que tenham relevância fora do contexto escolar.
Contexto físico
É importante que o ambiente de avaliação, seja virtual ou presencial, espelhe as condições do mundo real (por exemplo, simulações, plataformas digitais, cenários virtuais), tornando a experiência mais imersiva e significativa.
Contexto social
A avaliação deve favorecer a interação: trabalho colaborativo, trocas de feedback entre pares e até apresentações a uma plateia real ou simulada enriquecem o sentido social do processo.
Forma ou resultado da avaliação
Deve gerar produtos concretos ou demonstrar desempenhos tangíveis que tenham valor e utilidade para além da sala de aula, como projetos, soluções, portfólios ou performances.
Critérios e padrões
Os critérios de avaliação precisam ser claros, partilhados antecipadamente com os alunos e compreendidos por todos, conferindo transparência, previsibilidade e participação ativa no processo.
Estas cinco dimensões, seguindo Gulikers, Bastiaens e Kirschner (2004) e Conrad & Openo (2019), garantem que a avaliação será mais significativa: aproxima-a do contexto real, promove envolvimento crítico e reflexivo, e reforça a autonomia do aluno ao deixar bem definidos o que se pretende e como será avaliado.

Nota: Link para o Infográfico completo, acima no CAPÍTULO 4.
IV- REFLEXÃO & AUTOAVALIAÇÃO INDIVIDUAL
Ao longo da realização das atividades propostas deste tópico, dediquei-me a explorar como as avaliações em contexto digital podem ser autênticas e significativas. Aprendi a distinguir entre quizzes simples e tarefas complexas que refletem situações do mundo real, o que fortaleceu a minha capacidade de criar avaliações de qualidade.
Reconheço que tomei consciência e aprendi a distinguir entre atividades avaliativas triviais e atividades autênticas. Sinto-me confiante para definir resultados de aprendizagem, desenhar atividades autênticas e alinhá-las com critérios claros, seguindo o modelo backward design. Também aprofundei o meu entendimento sobre ferramentas como e‑portfólios, diários e rubricas, reconhecendo o seu valor formativo no e‑learning. A elaboração do infográfico consolidou o meu entendimento sobre e‑portfólios, diários e rubricas no e‑learning.
Além disso, demostrei um domínio sólido dos temas abordados nos capítulos e a minha participação foi determinada, regular e sempre em articulação. As minhas contribuições tanto no meu grupo como para os outros grupos, em contexto de fórum, refletem um olhar crítico e construtivo: forneci sugestões diretas, sobretudo relacionadas com a melhoria da estrutura visual, a clareza do texto e a revisão final dos trabalhos. Também destaquei a importância de ligar os conceitos teóricos à prática pedagógica, o que entendo que, revela uma abordagem com consciência formativa e aplicabilidade concreta. Ao longo de todo o processo, participei de forma colaborativa e clara, contribuindo para um trabalho reflexivo e de qualidade.
Durante o desenvolvimento do Infográfico do Capítulo 4 em grupo, procurei perceber a forma como as avaliações podem ser autênticas e significativas no contexto online. O infográfico criado pelo meu grupo apresenta uma síntese clara, visualmente organizada e coerente com o conteúdo do capítulo. Descreve com precisão a definição de avaliação autêntica, as 5 dimensões de Gulikers, Bastiaens e Kirschner (2004), as ferramentas e estratégias (portfólios, avaliação por pares, rubricas, feedback), e os fundamentos teóricos do construtivismo, socioconstrutivismo e do modelo CoI. Destaca também os benefícios para alunos, docentes e instituições, incluindo o desenvolvimento de competências, aprendizagem profunda e alinhamento institucional, confirmando que este conteúdo se encontra bem representado e segmentado em blocos temáticos.
Reconheço, no entanto, que enfrentei desafios importantes. Durante a construção do infográfico, resumir informação sem perder conteúdo importante foi difícil e percebi que encontrar o equilíbrio entre clareza e síntese exigiu esforço coletivo. Além disso, gerir o equilíbrio entre elementos visuais e texto foi um exercício de precisão. Queríamos manter o design apelativo sem sobrecarregar. Neste âmbito, a colega Pâmella foi um elemento precioso com o seu "olhar" e "bom gosto" de designer 😉! Obrigada, Pâm!!!
O feedback da colega Djamila chamou-me a atenção para algo importante: era necessário tornar explícito que a avaliação autêntica, no infográfico, se refere sobretudo ao contexto de aprendizagem online e não apenas ao presencial ou híbrido. Ela comentou: “não identifico claramente se a ‘avaliação autêntica’ a que se referem está relacionada com o ensino online, presencial ou ambos”. Para responder a isso, procedeu-se um pequeno ajuste no bloco intitulado “Atividades Autênticas”, adicionando a expressão “em contexto de aprendizagem online”. Essa alteração ajuda a orientar claramente o leitor, evitando pressupostos e eliminando qualquer ambiguidade quanto ao cenário em análise.
Devo partilhar os comentários que foram feitos ao infográfico do capítulo 4 (o escolhido pelo meu grupo) a vários níveis:
Organização e clareza visual
"Blocos temáticos e títulos com correlação direta facilitaram a leitura, com ícones, cores e espaçamentos harmoniosos que conduzem bem o olhar."
Lógica e fluxo da informação
"A disposição vertical com elementos que pontuam o conteúdo fortaleceu a sequência lógica. A disposição lógica guiou os leitores pelo percurso da avaliação autêntica, como referiram, de forma clara e coerente."
Rigor teórico e fundamentação
"A presença de autores como Sadler, Gulikers, Garrison, Vaughan (e até Conrad & Openo) sublinhou o fundamentação teórica que sustentou o nosso design."
Ligação teoria-prática
Fomos elogiadas pela secção “Hora de praticar!”, que proporciona exemplos concretos, reforçando a ponte entre ideias e aplicação real. Também os links e a playlist aumentaram a profundidade e incentivaram a exploração autónoma.
Síntese concisa com profundidade
A capacidade de condensar conceitos complexos (rubricas, feedback, portfólios, avaliação por pares, CoI) em espaços curtos e atraentes foi muito apreciada pelos colegas.
As sugestões foram simples, mas valiosas e construtivas. Foram recebidas com agrado e tidas em consideração em melhorias para garantir mais fluidez e destaque de impacto:
Espaços de respiro
"Aumentar ligeiramente o espaçamento entre blocos de texto, tornando a leitura ainda mais fluida e menos densa."
Destaque à “autenticidade”
Realçar, visualmente, a centralidade da autenticidade na avaliação, um aspecto que concordámos poder reforçar com pequenos ajustes gráficos.
Como compromisso futuro, planeio melhorar a construção de rubricas, tornando os critérios mais detalhados e acessíveis. Pretendo também desenhar atividades com diferentes níveis de entrada, incluindo guias ou recursos que apoiem quem precisar de mais apoio. Em resumo, este tópico permitiu-me aprimorar a capacidade de conceber avaliações digitais autênticas e bem alinhadas, embora reconheça que determinar o nível de desafio adequado e clarificar rubricas ainda são aspetos a continuar a desenvolver.
Foi especialmente interessante revisitar a autoavaliação, desta vez referente à atividade 2, preenchida no formulário disponibilizado: esse momento adicional de introspeção obrigou-me a refletir sobre este tema, o desempenho pessoal e a dinâmica de grupo, reforçando a aprendizagem metacognitiva e o crescimento individual.
Foi valioso experienciar o processo metacognitivo de pensar, rever e ajustar continuamente.
Este espaço, com os resumos de cada capítulo partilhados nos respetivos infográficos elaborados em grupo, resulta num verdadeiro Recurso Educacional Aberto (REA), promovendo e fortalecendo a partilha de conhecimento e recursos/materiais entre pares.
Esta atividade contribuiu para um processo colaborativo de aprendizagem!
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Referência:
Conrad, D., & Openo, J. (2019). Estratégias de avaliação para a aprendizagem online (J. Mattar, D. W. A. Duarte, C. C. de Lima & J. da S. Nunes, Trads.; J. Mattar, Ed.). Artesanato Educacional. (Trabalho original publicado em 2018)
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